Capital Inicial é uma
banda de
rock brasileira formada em
Brasília,
Distrito Federal, no ano de
1982, depois que o grupo
Aborto Elétrico encerrou as atividades, dando início também à banda
Legião Urbana. A banda é composta por
Dinho Ouro Preto (
vocais e
guitarra),
Flávio Lemos (
baixo),
Fê Lemos (
bateria) e
Yves Passarel (
guitarra). Nos últimos anos sofreu grandes modificações em seu estilo, tendo como maior influência o rock inglês.
Índice[
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1 História1.1 O início1.2 Surgimento da banda (1982-1985)1.3 Primeiros discos1.4 Divergências1.5 A volta do Capital Inicial1.6 Recentemente2 Integrantes2.1 Formação atual2.2 Membros não-oficiais2.3 Ex-integrantes3 Discografia3.1 Álbuns de estúdio4 Referências5 Ligações externas//
[
editar] História
[
editar] O início
Brasília, maio de
1983. Um grupo de jovens é preso por usar pulseiras de tachas e alfinetes, sob a alegação destes acessórios serem armas em potencial. A resposta veio no editorial do "Fan Zine", em seu segundo número, escrito por um jovem que assinava apenas "Dinho". O "Fan Zine" trazia outros assuntos, como a "Discografia básica da nova música", que incluía
Sex Pistols,
The Clash,
The Damned,
Ramones,
Siouxsie & the Banshees,
Public Image Ltd,
Adam & the Ants,
Joy Division,
U.K. Subs e
Dead Kennedys.
Naquelas páginas, às vezes escritas a mão, com colagens de outras publicações, lia-se um pequeno panorama do
punk rock de Brasília (com letras do
Aborto Elétrico,
XXX e
Plebe Rude), quadrinhos, poesias e textos de diversos colaboradores (Hermano Vianna,
Marcelo Rubens Paiva, Guilherme Isnard, entre outros). A postura deste grupo que expunha seus pensamentos através da música, de fanzines e de sua atitude, pode ser caracterizada pela música "Geração Coca-cola", de
Renato Russo, como fez Jamari França em artigo publicado no
Jornal do Brasil, em
12 de novembro de
1984, quando reproduziu os versos da canção: "Depois de 20 anos de escola / não é difícil aprender / todas as manhas deste jogo sujo / não é assim que tem que ser? / vamos fazer nosso dever de casa / aí então vocês vão ver / suas crianças derrubando reis / fazer comédia no cinema com suas leis. / Somos os filhos da revolução / somos burgueses sem religião / somos o futuro da nação / Geração Coca-Cola".
[
editar] Surgimento da banda (1982-1985)
Dinho Ouro Preto (sem camisa) e
Rogério Flausino (
Jota Quest) durante apresentação no Festival de Música de Brasília (2003)
O Capital Inicial surgiu em
1982, formado pelos irmãos
Fê Lemos (bateria) e
Flávio Lemos (baixo), ex-integrantes do Aborto Elétrico, ao lado de
Renato Russo, e
Loro Jones (guitarra), oriundo da banda Blitz 64. Em
1983,
Dinho Ouro Preto, após um estágio como baixista da banda "dado e o reino animal" (assim mesmo, com letras minúsculas), onde também tocavam Dado Villa-Lobos e
Marcelo Bonfá, entra para os vocais.
Em julho estréiam em Brasília, tocando em seguida em
São Paulo (
SESC Pompéia) e no
Rio de Janeiro (
Circo Voador). Aliás, esta foi uma das características marcantes do início da carreira: as constantes viagens e apresentações nos principais palcos do
underground do
rock brasileiro. Em
1984, o ritmo cada vez maior de viagens indica a necessidade de estarem mais próximos do seu principal mercado, as regiões
Sudeste e
Sul. No final do ano assinam seu primeiro contrato fonográfico, com a
CBS (atual
Sony), e se mudam para São Paulo no inicio de
1985.
Logo em seguida lançam seu primeiro registro em
vinil, o compacto duplo "
Descendo o Rio Nilo/Leve Desespero". Ainda neste ano integram o elenco da trilha sonora do primeiro "filme-rock" brasileiro, "Areias Escaldantes", de
Francisco de Paula, ao lado de
Ultraje a Rigor,
Titãs,
Lobão e os Ronaldos,
Ira!,
Metrô,
Lulu Santos e
May East.
[
editar] Primeiros discos
O primeiro
LP,
Capital Inicial, já pela Polygram, foi lançado em
1986 e recebeu ótimas críticas. "Um rock limpo, vigoroso, dançante e sobretudo competente, a quilômetros de distância da mesmice que assaltou a música pop brasileira nos últimos tempos", assim o jornalista Mário Nery abre a crítica ao disco no caderno Ilustrada, da
Folha de S.Paulo, em
29 de julho de
1986. O álbum trazia músicas como "Música Urbana", "Psicopata", "Fátima", "Veraneio Vascaína" (censurada pela
Polícia Federal), "Leve Desespero" entre outras, e levou o Capital Inicial ao seu primeiro
disco de ouro.
Em
1987, contando com o tecladista Bozzo Barretti em sua formação, o Capital Inicial lança seu segundo disco,
Independência, emplacando "Prova", "Independência", a regravação de Descendo o Rio Nilo, e conquista o segundo disco de ouro. Neste ano, é convidado para abrir os shows da turnê do cantor inglês
Sting em
São Paulo (Estacionamento do
Anhembi),
Rio de Janeiro no
Maracanã,
Belo Horizonte no
Estádio Independência, Brasília no
Estádio Mané Garrincha e
Porto Alegre no
Estádio Beira Rio.
Você Não Precisa Entender chega as lojas de todo o país em
1988, com mais hits, "A Portas Fechadas", "Pedra Na Mão" e "Fogo". O ano de
1989 marca o lançamento do álbum
Todos os Lados, com destaque para as faixas "Todos os Lados", "Mickey Mouse em Moscou" e "Belos e Malditos". Em
1990 participam do festival
Hollywood Rock, realizado em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O álbum
Eletricidade, lançado em
1991, marca o início de mudanças no Capital Inicial, começando pela gravadora. O álbum, lançado pela
BMG, trazia uma versão para "The Passenger", de
Iggy Pop, batizada de "O Passageiro", e composições como "Kamikaze" e "Todas as Noites". Neste mesmo ano, participam da segunda edição do festival
Rock in Rio.
[
editar] Divergências
Em
1992, Bozzo Barretti deixa o grupo, e em
1993, divergências musicais e pessoais levam o vocalista
Dinho Ouro Preto a seguir carreira solo. Enquanto isso, o Capital Inicial, agora com o santista Murilo Lima (ex-banda Rúcula) nos vocais, lança
Rua 47 em
1994.
Em
1996 a banda lança
Capital Inicial Ao Vivo, o primeiro pela Qualé Cumpadi Records, gravadora independente que a banda monta, e o segundo pela Rede Brasil Discos, atual Alpha Discos. Durante os próximos cinco anos a banda praticamente desaparece da mídia, levando muitos a acreditar que a banda tinha acabado. Mas a verdade é que a banda nunca parou de excursionar e fazer shows, e se manteve ativa numa época de baixa do
rock brasileiro.
[
editar] A volta do Capital Inicial
São Paulo, março de
1998, amadurecidos, com o respaldo do lançamento, pela Polygram, do álbum
O Melhor do Capital Inicial, da constante execução de suas músicas pelas maiores emissoras de rádio e, principalmente, com o apoio dos fãs; que mantiveram o Capital Inicial vivo, seus quatro integrantes originais decidem voltar aos palcos.
Dinho Ouro Preto,
Loro Jones,
Fê Lemos e
Flávio Lemos voltam à estrada com um novo show, uma comemoração aos 15 anos da banda e aos 20 anos do nascimento do rock candango. O repertório traz sucessos, faixas pouco conhecidas e composições de bandas que fizeram parte da cena de Brasília nos
anos 80, como
Plebe Rude,
Legião Urbana e
Finis Africae.
Em julho do mesmo ano a banda assina com a gravadora
Abril Music, e em setembro ruma para
Nashville no
Tennessee,
EUA, onde gravam
Atrás dos Olhos. Este disco é produzido por David Zá, que entre outros trabalhou com artistas como
Prince,
Billy Idol e
Fine Young Cannibals. As músicas mais executadas desse disco foram "O Mundo" de
Pit Passarell, baixista da banda
Viper e amigo da banda, "1999" e "Eu Vou Estar". Todas essas músicas tiveram videoclipes com grande repercussão junto ao público da
MTV, sendo que "O Mundo" concorreu a cinco prêmios na edição de 1999 do
Video Music Brasil.
Este mesmo ano de 1998 assiste ainda o lançamento de mais duas coletâneas pela
Universal (ex-
PolyGram): um álbum da série
Millennium, com vinte músicas pinçadas dos quatro primeiros discos, e um álbum de canções do grupo remixadas por produtores e
DJs famosos do
Brasil. Infelizmente esta mesma gravadora reluta ainda em relançar os discos originais, apesar do evidente prejuízo que tal atitude traz à banda, e a insatisfação dos fãs.
O ano de
1999 é dedicado à turnê brasileira e, ao longo dos shows, a banda, além dos antigos fãs, encontra um novo público, adolescentes que não conhecem seus primeiros discos. Então surge a idéia de fazer um disco ao vivo, juntando novos e antigos sucessos. Rapidamente esta idéia se transforma no projeto de um disco acústico, em parceria com a
MTV.
O último ano do século 20 começa com a banda se preparando para a gravação do
Acústico MTV, que acaba ocorrendo em março com a participação do cantor e compositor
Kiko Zambianchi. O disco é lançado dia
26 de maio, e a primeira tiragem rapidamente se esgota nas principais lojas do Brasil. A primeira música escolhida para tocar nas rádios, "Tudo Que Vai", de Alvin L. e
Dado Villa-Lobos, é amplamente executada em todo o país, e a banda vê reconhecido o seu empenho em fazer um disco acústico de rock simples, despojado, mas com a mesma atitude dos seus melhores discos. Isso fica claro em
2001, quando o sucesso "Natasha" explode entre as músicas mais executadas nas rádios de todo o Brasil e faz com que as vendas do disco alcançassem mais de 1 milhão de cópias, colocando assim o Capital Inicial como uma das maiores bandas do
rock brasileiro.
Em
2002, após a turnê "desplugada" o Capital volta com força total às guitarras fazendo um disco totalmente
rock n' roll. Com
Yves Passarel assumindo o posto de guitarrista, é lançado
Rosas e Vinho Tinto. Os hits "A Sua Maneira" e "Mais" explodem nas rádios e o disco já alcança a marca de 200 mil cópias vendidas. Em
2004, a banda lança
Gigante!, um álbum não tão criativo quanto seu anterior, com melodias nada inspiradas e letras superficiais, mas que, mesmo assim emplacou alguns hits.
Após a turnê de Gigante, a banda se dedica a um antigo projeto, regravar as músicas da banda
Aborto Elétrico (a banda que originou Capital Inicial e
Legião Urbana) com os arranjos originais. Lançam em
2005, CD e DVD
MTV Especial: Aborto Elétrico com algumas das canções da banda lendária de Brasília.
[
editar] Recentemente
O álbum
Eu Nunca Disse Adeus é lançado em
2007, com uma sonoridade diferente, tanto melódica quanto vocal, onde Dinho Ouro Preto faz uso de seu timbre grave, não abusando dos gritos que permearam Gigante e o especial do Aborto Elétrico. Neste álbum vale destacar as faixas: "A Vida é Minha (E eu Faço o que eu Quiser)", "Eu e Minha Estupidez", "Aqui" e o primeiro single "Eu Nunca Disse Adeus".
Neste mesmo ano venceu o
Prêmio Multishow 2007 na categoria Melhor Grupo.
Em
2008 lança o álbum ao vivo
Multishow Ao Vivo: Capital Inicial em Brasília para comemorar os 25 anos da carreira. O disco foi gravado em
Brasília, na
Esplanada dos Ministérios, no dia
21 de abril, aniversário de Brasília e contou com mais de um milhão de pessoas na plateia. Participaram do
show os músicos convidados Robledo Silva e
Fabiano Carelli. A primeira música de trabalho do álbum é "Algum Dia".
[
editar] Integrantes
[
editar] Formação atual
Dinho Ouro Preto -
voz,
guitarra e
violãoFlávio Lemos -
baixoFê Lemos -
bateriaYves Passarel -
guitarra[
editar] Membros não-oficiais
Fabiano Carelli -
GuitarraRobledo Silva -
Teclado[
editar] Ex-integrantes
Loro Jones - guitarra e
vocal de apoio (1983-2002)
Bozo Barretti -
teclados (1987-1992)
Murilo Lima - voz (1993-1997)